Podemos dizer que, no mínimo, é estranho algumas coisas que acontecem conosco. Por exemplo, apaixonar-mos por alguém que no final se mostra um canalha, ou ainda estar apaixonada por alguém que não te deu a mínima bola durante dois anos. Realmente é estranho quando, mesmo sabendo que esse cara é um canalha, não deixamos de sentir certa afeição, e que mesmo que ele te der todos os motivos de odiá-lo, você não consegue, e não sabe explicar o por que de ainda gosta desse idiota. Por mais que suas amigas falem: "Ele não presta, 'deu em cima de você' mesmo namorando outra, deixa de ser tola!", você não consegue deixar de sentir-se atraída por ele. Você consegue entender que tem de deixá-lo, esquece-lo, mas ainda assim, não consegue.
E ainda tem aqueles por quem nos apaixonamos sem saber o porque; que gostamos quando riem, e te faz sentir feliz só com sua presença. Você encontra-o uma vez no shopping, e gosta logo de cara, e quando você vê, ele estuda na mesma Universidade que você. Depois de algum tempo o observando de longe, você se torna amiga dele, e em uma certa manhã de janeiro, depois daquela chuvinha básica de inverno, você toma coragem e se declara... pra depois levar um fora, mas você não desiste, vai a luta, e depois de dois anos está na mesma.
Dai você diz: "E, já persistir demais, acho que temos que saber quando desistir". E então, fica seis meses sem vê-lo e pensa: "Acho que estou curada." E, em uma manhã qualquer, andando pela Universidade, sem nem mais ter esbarrado com ele, mesmo quando passavas perto do prédio do curso dele, você o encontra por acaso, e não só uma vez, mas três vezes.
E, então, você sente que ainda não se curou, pois suas pernas bambeiam, seu coração dispara, começa a suar e tem um ataque de tremedeira nas mãos. Parece o fim, você não sabe o que fazer, como agir e nem o que falar... tudo que você sente é que isso é estranho, queria que isso parece, que seguisse em frente, já que não dá pra dar certo, que então terminasse esse sentimento de vez... mas, não é assim...
"Acontece que ele não estava tão apaixonado como eu imaginava. O que eu quero dizer é que eu sei como é se sentir extremamente pequena e insignificante, e como isso dói em lugares que você nem sabia que existia. E não importa quantos cortes de cabelo, quantas academias você frequenta, ou quantas garrafas você toma com suas amigas, você continua indo pra cama todas as noites repassando todos os detalhes e se pergunta o que fez de errado, ou como pode ter entendido errado, ou como por aquele momento pensou que era feliz? Até se convence de que uma hora ele vai perceber e baterá na sua porta. E depois de tudo, ainda que essa situação tenha durado muito tempo, você vai para um lugar novo e conhece pessoas que te fazem sentir útil de novo e vai recompondo a alma, pedaço a pedaço. E toda aquela confusão, os anos desperdiçados da sua vida começam a desaparecer.”
"Parte do filme 'O amor não tira férias.'"
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